Celebra-se, este ano, o Ano Europeu dos Cidadãos. A
Cáritas Portuguesa, quer realçar a importância do valor da cidadania e
associa-se à efeméride, constituindo a Comissão Nacional para a Cidadania.
Ao
desafio do Prof. Eugénio da Fonseca, só poderia responder sim. Habituei-me à sua palavra sensata e corajosa,
à sua atitude empenhada, à sua denúncia, ao seu “bom combate”. Creio que todos reconhecemos nele, tanto o
cristão como o cidadão.
A
comissão foi constituida com elementos de dentro e de fora da Cáritas, para contribuir
para o reforço da consciência dos cristãos, na construção da Cidade. Acreditamos
que todo o cristão, tem uma missão de cidadania acrescida, ao nível da sua
participação na Igreja, mas também na sociedade.
Vivemos tempos de dificuldade
que nos interpelam e desafiam. A crise socio-económica que atravessamos, exige
atenção e capacidade de agir. A consciência dos problemas com que nos deparamos
hoje, desafia-nos a uma ação pessoal e organizada, que dê resposta ao
sofrimento, à exclusão, à pobreza, à solidão.
Viver
a Fé, é agir na Fé. A vida de um cristão, implica testemunho e empenhamento
público, na construção do bem comum. A Comissão Nacional para a Cidadania, quer
contribuir para a renovação da Ação Social da Igreja, através da Cáritas.
É
importante que as Cáritas Diocesanas e as paróquias, reforcem a sua capacidade
de agir e de interagir. É fundamental uma nova dinâmica de ação social, de
trabalho em rede, em cooperação e articulação. É necessário rejuvenescimento e modernização. É
fundamental a abertura a novos modelos de intervenção, enraizados na doutrina
social da Igreja.
Um
cristão é um cidadão. A Comissão, estimulará
esta dimensão da vida cristã. Irá trabalhar ao nível da formação, da
divulgação de boas práticas, da reflexão sobre crise e valores, da necessidade
de transformação social ou de um novo modelo económico.
É
urgente que os cristãos despertem para as suas responsabilidades como cidadãos.
É uma cidadania acrescida, porque
portadora de esperança, de compromisso, de amor ao próximo, de alegria,
de sentido do bem comum.
À luz da Fé, em nome de Cristo, em nome do amor, com
um “coração que vê”, queremos trabalhar
no envolvimento de todos e de cada um, na construção de uma sociedade mais
justa, mais equilibrada, mais coesa.
Margarida Neto
Coordenadora da Comissão para a Cidadania da Cáritas Portuguesa
(texto publicado no nº2 da revista Cáritas)