quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Desafios da cidadania hoje

Celebra-se, este ano, o Ano Europeu dos Cidadãos. A Cáritas Portuguesa, quer realçar a importância do valor da cidadania e associa-se à efeméride, constituindo a Comissão Nacional para a Cidadania.

Ao desafio do Prof. Eugénio da Fonseca, só poderia responder sim. Habituei-me à sua palavra sensata e corajosa, à sua atitude empenhada, à sua denúncia, ao seu “bom combate”. Creio que todos reconhecemos nele, tanto o cristão como o cidadão.

A comissão foi constituida com elementos de dentro e de fora da Cáritas, para contribuir para o reforço da consciência dos cristãos, na construção da Cidade. Acreditamos que todo o cristão, tem uma missão de cidadania acrescida, ao nível da sua participação na Igreja, mas também na sociedade. 

Vivemos tempos de dificuldade que nos interpelam e desafiam. A crise socio-económica que atravessamos, exige atenção e capacidade de agir. A consciência dos problemas com que nos deparamos hoje, desafia-nos a uma ação pessoal e organizada, que dê resposta ao sofrimento, à exclusão, à pobreza, à solidão.

Viver a Fé, é agir na Fé. A vida de um cristão, implica testemunho e empenhamento público, na construção do bem comum. A Comissão Nacional para a Cidadania, quer contribuir para a renovação da Ação Social da Igreja, através da Cáritas.

É importante que as Cáritas Diocesanas e as paróquias, reforcem a sua capacidade de agir e de interagir. É fundamental uma nova dinâmica de ação social,  de  trabalho em rede, em cooperação e articulação. É necessário  rejuvenescimento e modernização. É fundamental a abertura a novos modelos de intervenção, enraizados na doutrina social da Igreja.

Um cristão é um cidadão. A Comissão, estimulará  esta dimensão da vida cristã. Irá trabalhar ao nível da formação, da divulgação de boas práticas, da reflexão sobre crise e valores, da necessidade de transformação social ou de um novo modelo económico.

É urgente que os cristãos despertem para as suas responsabilidades como cidadãos. É uma cidadania acrescida, porque  portadora de esperança, de compromisso, de amor ao próximo, de alegria, de sentido do bem comum.

À luz da Fé, em nome de Cristo, em nome do amor, com um “coração que vê”, queremos  trabalhar no envolvimento de todos e de cada um, na construção de uma sociedade mais justa, mais equilibrada, mais coesa.




Margarida Neto
Coordenadora da Comissão para a Cidadania da Cáritas Portuguesa

(texto publicado no nº2 da revista Cáritas)

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