quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A mensagem económica e social do Papa Francisco


Numa deslocação a Lampedusa, para rezar e chorar os mortos do drama da emigração, num encontro com desempregados em Cagliari, bem como em várias intervenções públicas, o Papa Francisco foi transmitindo uma mensagem inovadora e corajosa sobre os problemas económicos dos nossos dias.
Na exortação apostólica Evangelli Gaudium, o Papa desenvolveu, mais solidamente, mas sempre com a mesma convicção e fé, a sua concepção da economia e dos problemas dos nossos dias.
As muitas inovações que o Santo Padre trouxe ser...ão, talvez, responsáveis pelo eco da sua mensagem económica e social não ter sido tão intenso como era expectável.
O Patriarca de Lisboa dá-nos a honra de se juntar a nós para debater e reflectir sobre uma mensagem corajosa, que abre caminhos ao Mundo, numa jornada em que serão ouvidas qualificadas e pluralistas vozes.
É para nós uma grande honra e satisfação convidar-vos para uma sessão que muito nos ajudará na jornada através das difíceis escolhas a que somos chamados.

Guilherme D’Oliveira Martins
Eduardo Paz

Consulte o programa aqui: http://www.ideff.pt/xms/files/Iniciativas/varios_2014/Programa_Conf..pdf

Entrada livre mediante inscrição prévia e sujeita à capacidade da sala:
+ 351 217 962 198 / + 351 961 497 070
ideff@fd.ul.pt 
 
 
 
 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Ser cidadão é combater a indiferença



Há uma bolsa de generosidade nos portugueses que é imensa. O que acontece depois é que isto não permanece. Ser cidadão é combater esta indiferença e é ter muita consciência dos problemas. Não podemos só consciência das necessidades de vez em quando, se aparece uma notícia no jornal. Cidadania parte da consciência, do estar acordado para o mundo que nos rodeia e, a partir dai, crescer esta vontade de não ser indiferente. De às vezes ser provocador e construir. Se cada um de nós fizesse isto… era bom!

Nós estamos a viver num tempo em que percebemos que o Estado não pode fazer tudo e ainda bem que não pode fazer tudo e nem sequer deve fazer tudo.
Uma sociedade civil mais fraca também nos enfraqueceu – é difícil perceber o que começou primeiro – também enfraqueceu o ser cidadão.

Eu acredito que uma consciência maior da importância de cada um de nós, na vida geral, como pessoa e como cidadão levará a um compromisso maior da própria sociedade civil e, sendo assim, o mundo funcionaria um bocadinho melhor. Às vezes funcionamos um bocadinho em dois polos – esquerda e direita; mercado ou estado – há aqui uma outra dimensão que é a dimensão pessoal de cidadão, de comunidade, de sociedade civil que é tão importante como as outras.


Cidadania no programa Ecclesia, RTP2
António Wagner Diniz

Turma do Bem, 13 janeiro
Camila Carnicelli


Cidadania no programa Ecclesia, Antena 1

Cáritas Portuguesa, 6 janeiro 2014
Eugénio Fonseca

Casa Velha, 7 janeiro 2014
Margarida Alvim

Projeto Gerações, 8 janeiro 2014
Wagner Diniz

A Turma do Bem, 8 janeiro 2014
Camila Carniceli

GEP, 9 janeiro 2014
Cristina Carita

Espaço Aberto, 10 janeiro 2014
Júlia Barroso

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Uma história de Cidadania Hoje



O TASSE está situado na bairro da Quinta da Fonte da Prata, Freguesia de Alhos Vedros, Concelho da Moita, distrito de Setúbal. O bairro tem cerca de 5000 habitantes, na sua maioria de origem africana. Existe uma elevada taxa de desemprego, bem como de emprego precário. O projecto funciona num centro do mesmo nome, criado de raiz no âmbito do Programa Escolhas - 2º Geração (E2G). O trabalho com o crianças e jovens entre os 7 e os 18 anos tem como objectivo a promoção do sucesso escolar. O trabalho com o grupo de jovens dos 19 aos 24 anos centra-se na inserção na vida activa.



E tu, o que te move?!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Redescobrir as razões para viver o bem comum


intervenção de José Luís Gonçalves, seminário "Desafios da Cidadania Hoje"
REINVENTAR AS RAZÕES DE VIDA EM COMUM
Perante as opções políticas tradicionais de direita e esquerda, expressas, respetivamente, na dicotomia “mais Mercado” vs. “mais Estado”, devemos propor, então, “mais Sociedade Civil”. Em tempos de crise de confiança nos atores tradicionais da esfera pública (políticos, banqueiros, grupos corporativos…) só esta é capaz de instituir uma ação política que estabeleça referências susceptíveis de dar sentido e emprestar uma visão coerente e de futuro ao destino coletivo.
Construir uma solidariedade de razões
Só um movimento de cidadania, a acontecer a partir das iniciativas dos grupos e associações de bairro, das comunidades de vizinhança, das ONG, IPSS, Igrejas, etc. é capaz de transformar atavismo e inércia em participação qualificada. Precisamos de reinventar as razões de vida em comum, redescobrir o que nos une, reinventar novas formas e modelos de convivência, de escuta, de diálogo sereno, de acção comum eficaz… Carecemos de práticas de cidadania alicerçadas em laços humanos diferenciadores: ainda que não sejam sólidos e definitivos, mas que sejam, contudo, conscientes e significativos. Dito de outra forma, necessitamos ligar ‘pessoas’ e ‘lugares’, dinamizando zonas de interação comuns, produzir lugares/tempos de encontro, visando a construção de uma solidariedade de razões que leve à criação de respostas criativas e inéditas de vida em comum, através dos valores da proximidade, da hospitalidade, de cidadania e de comunidade fomentadoras da coesão social.



Dádiva: por um novo vínculo social.
Como se constata abundantemente, os sinais e os gestos de dádiva têm-se multiplicado visivelmente pelas mais variadas esferas e lugares da vida (inter)pessoal e social: nos atos de generosidade de hospitalidade entre famílias ou entre amigos, na doação de sangue a desconhecidos ou no acolhimento a estrangeiros, no apoio a grupos de entreajuda ou através de projetos de voluntariado. Podendo ser a dádiva caracterizada como qualquer prestação de bens ou serviços efetuada sem garantia de retorno, tendo em vista a criação, manutenção ou regeneração do vínculo social (Cf. A. Caillé, Antropologia da dádiva), está revestida de um paradoxo ético: constituindo um verdadeiro bem, o seu valor não é primeiramente económico mas antes social e moral, porque o valor não se centra no objeto trocado, mas na troca desinteressada e gratuita - assimétrica, portanto - que ela instaura. No momento do gesto, a dádiva implanta no coração do doador uma expectativa, esperança ou até exigência de resposta (não utilitarista), de um reconhecimento do ato simbólico encetado e, nessa medida, abre a relação ao imprevisto, ao excesso, à desmesura do receber hospitaleiro. Ao contrário de uma relação económica em que cada troca é completa, cada relação é pontual e cada dívida deve ser definitivamente liquidada, na relação de dádiva estabelece-se uma “dívida mútua positiva”, na expressão de J. Godbout (O Espírito da Dádiva).
Trata-se, de facto, de uma dívida que é permanente e recíproca, que não tem um sentido económico nem tampouco diz simplesmente respeito “às coisas” que circulam na relação, mas que atua, no interior dessa mesma relação, sobre o laço que se estabelece entre as pessoas. O valor de vínculo ou valor de laço constituem-se, desta forma, em alternativas válidas para pensar a construção da sociabilidade enquanto atribuem, antes de mais, um valor simbólico às coisas que circulam sob a forma de dádiva: um objeto, um serviço, um gesto de hospitalidade têm valor na medida em que exprimem, alimentam e reforçam os laços sociais.

para ler a comunicação na intergra

domingo, 1 de dezembro de 2013

Sociedade mais justa só é possível com conversão ao «bem comum»

texto de: Rui Martins

«Mal seria, muito mal seria, que desejássemos uma sociedade mais justa e mais capaz, mas sem nos convertemos realmente ao bem comum de todos, que só assim será de cada um», vincou este domingo o patriarca de Lisboa.

No primeiro domingo do Advento, tempo litúrgico que apela à conversão tendo em vista a vinda de Cristo, D. Manuel Clemente presidiu no mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, à missa em que ordenou seis diáconos.

«Pois não é verdade que falta a muitos o que outros têm demais, passando-se isto entre pessoas e povos inteiros? E que, tendo demais, nem aos detentores aproveita, pois não obtêm assim nem a paz nem a vida», questionou na homilia, publicada na página do Patriarcado de Lisboa.
«Se, em Cristo, tivermos o coração no Deus de todos, praticaremos a justiça, dando a cada um o que lhe é devido, e saborearemos finalmente o dulcíssimo fruto da paz. A paz que será para todas as nações, como magnificamente anunciou Isaías profeta, e que só será nossa quando for universal», apontou.

Nas primeiras ordenações a que presidiu desde que foi nomeado patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente lembrou uma frase que disse quando entrou na diocese: «O mundo, este nosso mundo de hoje em dia, precisa urgentemente de comunidades de acolhimento e missão».      

O patriarca citou versos de Sophia de Mello Breyner para evocar a atitude cristã da espera e da esperança, que conflui no Advento:

«Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio / E suportar e o tempo mais comprido. / Peço-Te que venhas e me dês a liberdade, / Que um só dos Teus olhares me purifique e acabe. / Há muitas coisas que eu não quero ver. / Peço-Te que sejas o presente. / Peço-Te que inundes tudo. / E que o Teu reino antes do tempo venha / E se derrame sobre a Terra / Em Primavera feroz precipitado».

O Advento é tempo de «conversão a Deus como adoração e aos outros como partilha»: «Sendo a Bíblia Sagrada uma repetida e insistente vocação, ela exige de cada um de nós uma perfeita e constante disponibilidade para «deixar tudo» o que nos amarre aonde tão facilmente nos distraímos do que mais importa. Distraímos e retardamos, apossando-nos do que deveríamos partilhar, como quem se entreajuda num caminho que havemos de trilhar em conjunto e com a bagagem indispensável apenas».
 


Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura

sábado, 30 de novembro de 2013

"Desafios da Cidadania Hoje"



Cidadania. Motivação. Desafios. Boas práticas. Empenho. Comprimisso. De tudo isto se falou, ontem, em lisboa, na faculdade de Direito no seminário: “Desafios da Cidadania Hoje”. Uma iniciativa da Comissão para a Cidadania da Cáritas Portuguesa que quis, desta forma, abrir um fórum de debate e diálogo sobre as mais variadas expressão de cidadania que se praticam hoje em todo o país.


Um conjunto alargado de diferentes projetos, que representam boas práticas, apresentou as suas experiências daquilo a que se poderá também chamar de “desenvolvimento local”. Ao promover este encontro, a Comissão para a cidadania da Cáritas Portuguesa, coordenado por Margarida Neto, quis trazer para a luz do dia projetos locais que revelam o empenho de cidadãos anónimos que se colocam ao serviço dos outros e que são assim construtores de um novo tecido social onde a solidariedade e o bem comum ocupam um lugar privilegiado.


Margarida Neto, sublinhou a importância de se trazer para este encontro projetos mais e menos conhecidos do grande público, com diferentes dimensões religiosas e politicas e em diferentes estádios de implementação.


Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, falou deste encontro como de um oportunidade para “rasgar novos caminhos na reflexão sobre o papel dos cidadãos na atual sociedade com todas as mudanças que ela tem sofrido no seu tecido social e politico e também religioso. "Conseguiremos cumprir a nossa missão, se formos capazes de convergir em tudo o que possa favorecer a concretização dos ideais democráticos".


A encerrar este encontro D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, lamentou o facto deste debate estar a ser feito longe do grande público, sem o impacto que deveria merecer, por exemplo, pela comunicação social. D. Manuel sublinhou a importância deste debate alargado lembrando que os cristãos t~em esta responsabilidade acrescidade.